A História Engraçada da Crítica Superior e Teologia Liberal (e Por que Ainda Importa)
Tabela de Conteúdos
- Introdução
- História da Crítica Superior no Cristianismo
- A Era da Vulgata Latina
- O Surgimento do Ceticismo
- A Contribuição de Friedrich Schleiermacher
- A Questão da Autoria dos Primeiros Cinco Livros do Antigo Testamento
- A Abordagem de David Strauss
- A Teoria Jeovista De Julius Wellhausen
- O Impacto da Crítica Superior na Igreja e no Mundo
- Implicações Políticas e Sociais da Divisão Provocada pela Crítica Superior
- Conclusão
📖 História da Crítica Superior no Cristianismo
A história da crítica superior no cristianismo remonta aos primeiros dias da fé. Inicialmente, não havia uma preocupação em estabelecer um contexto histórico para os textos bíblicos, pois os autores e suas obras eram amplamente conhecidos. No entanto, com o passar do tempo, surgiram questionamentos sobre a autoria e o contexto dos livros da Bíblia.
A Era da Vulgata Latina
No contexto da Vulgata Latina, produzida por Jerônimo, surgiram algumas questões de crítica textual. No entanto, essas questões não ganharam grande tração e não impactaram significativamente as discussões sobre a autoria dos livros bíblicos.
O Surgimento do Ceticismo
No século XVII, Benedict Spinoza, um filósofo holandês, levantou questões sobre a autoria dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Essas questões foram fundamentais para o desenvolvimento da crítica superior. No século seguinte, Herbert Marsh e outros estudiosos analisaram a relação entre os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Eles propuseram que Marcos teria sido o primeiro a ser escrito e que Mateus e Lucas teriam utilizado Marcos como fonte, além de outras fontes hipotéticas.
A Contribuição de Friedrich Schleiermacher
Friedrich Schleiermacher, um estudioso alemão, supôs a existência de uma fonte perdida contendo os ditos de Jesus, a qual teria sido utilizada por Mateus e Lucas, mas não por Marcos. Suas ideias levaram a um maior desenvolvimento da crítica superior.
A Questão da Autoria dos Primeiros Cinco Livros do Antigo Testamento
Johann Eichhorn, também um estudioso alemão, revisitou as questões levantadas por Spinoza sobre a autoria dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Ele questionou não apenas a autoria desses livros, mas também a autoria de outros livros do Antigo Testamento.
A Abordagem de David Strauss
David Strauss foi um crítico alemão que argumentou que não havia nada de sobrenatural a respeito de Jesus e que tudo o que ele fez e disse era impreciso ou poderia ser explicado de forma natural. Suas críticas influenciaram a forma como alguns estudiosos interpretavam os textos bíblicos.
A Teoria Jeovista de Julius Wellhausen
Julius Wellhausen refinou a teoria proposta por Spinoza sobre a autoria dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Sua teoria, conhecida como teoria Jeovista, ofereceu uma explicação sobre como e quando esses livros teriam sido escritos e por quem.
O Impacto da Crítica Superior na Igreja e no Mundo
O movimento da crítica superior dividiu a igreja e o mundo em duas perspectivas opostas. Aqueles que acreditavam na possibilidade do sobrenatural interpretavam a Bíblia de uma maneira, enquanto aqueles que rejeitavam qualquer possibilidade de sobrenatural a interpretavam de outra forma. Essa divisão influenciou não apenas a teologia, mas também a política e a sociedade.
Implicações Políticas e Sociais da Divisão Provocada pela Crítica Superior
Ao longo do tempo, as divergências teológicas causadas pela crítica superior foram refletidas nas divisões políticas e sociais. Os defensores de uma visão mais conservadora da Bíblia se posicionaram politicamente à direita, enquanto aqueles que adotaram uma visão mais crítica tenderam a se alinhar ao espectro político da esquerda. Essa dinâmica contribuiu para as tensões entre diferentes grupos sociais.
Conclusão
A história da crítica superior no cristianismo é complexa e provocou uma divisão significativa entre os que defendem visões diferentes sobre a Bíblia e a fé cristã. O impacto dessa divisão transcende a teologia, influenciando aspectos políticos e sociais da sociedade. Independentemente das opiniões pessoais sobre a crítica superior, compreender esse contexto histórico é fundamental para filtrar as informações que são recebidas sobre a Bíblia.