A psicologia e história verdadeira de Maio a Dezembro explicadas | Vídeo Ensaio
Tabela de conteúdos:
- Introdução
- A história verdadeira
- A psicologia por trás
- O simbolismo de Maio a Dezembro
- Os desafios de um casamento controverso
- A transformação de Elizabeth como atriz
- Conclusão
- Recursos
Introdução
Dizem que o amor não escolhe idade, mas o que acontece quando um relacionamento romântico ultrapassa os limites do convencional? Esta é a história de Mary K lerno e Villy Fala. Aparentemente, um casal feliz, mas com um detalhe chocante: eles tiveram sua primeira experiência sexual quando Mary tinha 34 anos e Villy apenas 12. Essa história polêmica é a inspiração por trás do lançamento mais recente da Netflix, "Maio a Dezembro". Neste artigo, examinaremos a história verdadeira por trás do filme, a psicologia dos personagens envolvidos e o simbolismo presente na trama.
A história verdadeira
Em 1991, a então professora Mary K lero, de 29 anos, se conectou de forma estranha com um aluno de segundo ano, Billy Fow, em sua escola em Suburban Seattle. Mary desenvolveu uma conexão incomum com ele, baseada em respeito, entendimento e uma compreensão mútua. Ao longo dos anos seguintes, Mary manteve contato próximo com Villy, comprando-lhe suprimentos de arte, levando-o a museus e incentivando-o a desenvolver seu talento para a escrita de poesias.
No entanto, o relacionamento entre Mary e Villy tornou-se mais íntimo conforme o tempo passava. Antes do aniversário de 13 anos de Villy, os abusos sexuais tiveram início, com a plena concordância e desejo de ambos. A conexão entre eles apenas crescia, e no ano seguinte, Mary engravidou de Villy, quando ele já estava na sexta série. Essa relação taboo continuou mesmo quando Mary foi presa e cumpriu sua pena de sete anos. Após sua libertação, Villy e Mary se casaram e tiveram duas filhas. Essa história real, que chocou o mundo, é a base para o enredo de "Maio a Dezembro".
A psicologia por trás
Ao analisar a relação entre Gracie e Joe, personagens semi-fictícios do filme, encontramos duas questões psicológicas principais responsáveis por impulsionar tal relacionamento. Gracie sofre de transtorno bipolar, uma condição mental que pode levar a comportamentos imprudentes e escolhas ruins, como assumir riscos sexuais. Joe, por sua vez, é vítima de um processo conhecido como "grooming sexual", no qual alguém constrói uma relação de confiança e vínculo emocional com uma criança para manipulá-la e abusar sexualmente.
Joe apresenta problemas como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e dificuldades relacionais, resultados dos efeitos duradouros do abuso sexual sofrido durante sua infância. Gracie, por sua vez, devido ao transtorno bipolar, torna-se uma pedófila feminina que consegue enganar todos ao seu redor com sua aparência aparentemente inofensiva.
O simbolismo de Maio a Dezembro
O título do filme, "Maio a Dezembro", é em si um símbolo que representa um relacionamento entre uma pessoa jovem e alguém consideravelmente mais velho, sendo um parceiro na primavera da vida e outro no inverno. Além disso, outros símbolos intrigantes são explorados, como a presença recorrente de borboletas e cobras.
As borboletas simbolizam a metamorfose, refletindo as mudanças e o desenvolvimento que esperamos passar à medida que amadurecemos como seres humanos. No entanto, experiências traumáticas podem interromper esse desenvolvimento, como é o caso da infância de Joe, que foi alterada drasticamente por seu envolvimento com Gracie. A transformação das larvas em borboletas acompanha o processo de amadurecimento e busca por independência de Joe.
As cobras, por sua vez, representam os predadores. Na natureza, elas podem passar despercebidas até o momento em que revelam sua mordida venenosa ou sua capacidade de sufocar e devorar suas presas. Essas características contraditórias se assemelham às características de uma pedófila feminina como Gracie. Ela era alguém que, à primeira vista, não levantaria suspeitas, assim como uma serpente camuflada, e escolheu como alvo pessoas vulneráveis, como Joe. As borboletas são presas comuns para algumas cobras, o que simboliza o fato de que, assim como as habilidades naturais da cobra e da borboleta, todos estão disfarçando e se transformando constantemente.
Os desafios de um casamento controverso
O casamento de Gracie e Joe, assim como o casal na história real, enfrentam uma série de desafios decorrentes desse relacionamento controverso. Seu caso tornou-se conhecido internacionalmente, gerando manchetes sensacionais e desaprovação pública. Gracie e Joe receberam até mesmo ameaças e ofensas explicitas. Essa situação deixa marcas profundas, tornando a vida diária dos dois bastante difícil.
Além disso, ambos lidam com problemas emocionais e transtornos mentais. A bipolaridade de Gracie e os efeitos a longo prazo do abuso sexual vivido por Joe deixam marcas em suas personalidades e emoções. Isso afeta diretamente o modo como eles se relacionam entre si e com o mundo exterior, criando um ambiente turbulento e cheio de conflitos.
A transformação de Elizabeth como atriz
Elizabeth, uma atriz que aceitou o desafio de interpretar Gracie no filme, enfrenta um dilema ético e desafios emocionais ao se envolver nessa produção. Sua dedicação à preparação para o papel é algo notável, buscando compreender e retratar o verdadeiro eu de Gracie. No entanto, surge a questão: Elizabeth está simplesmente contribuindo para a exploração do entretenimento em torno de uma história trágica, ou ela realmente quer educar o público sobre quem Gracie e Joe verdadeiramente são?
Elizabeth, como uma personagem ambígua aos olhos do público, simboliza a própria dificuldade de compreender as intenções e motivações por trás desses personagens controversos. Assim como a transformação contínua de Elizabeth é parte de sua atuação, Gracie e Joe podem estar representando um papel, escondendo seus verdadeiros sentimentos por trás da fachada de um casamento feliz. Esse paralelo entre a vida real e a atuação de Elizabeth traz uma complexidade adicional ao filme.
Conclusão
"Maio a Dezembro" é um filme que se baseia em uma história verdadeira chocante e aborda questões psicológicas e simbólicas profundas. O relacionamento entre Gracie e Joe, assim como a história real de Mary e Villy, levanta questões complexas sobre o amor, o amadurecimento e as consequências de escolhas controversas.
Através da exploração da psicologia dos personagens e do simbolismo presente na trama, somos levados a refletir sobre as motivações e consequências de relacionamentos incomuns. Ao mesmo tempo, somos provocados a questionar a autenticidade por trás das aparências e o papel que a sociedade desempenha em julgar e entender essas situações.
No final das contas, "Maio a Dezembro" nos leva em uma jornada desconfortável, mas necessária, na busca de compreensão e empatia por indivíduos cujas vidas e escolhas desafiam os padrões convencionais da sociedade.
Recursos
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- Instituto de Psicologia - Portugal