A religião americana: uma perspectiva única de Harold Bloom

Sumário

• Introdução
• Uma nação "religiosamente louca" 🙏
• A religião americana 🇺🇸
• As crenças únicas de Harold Bloom ✝️
• A religião indígena americana 🌳
• A conexão entre religião e política 🗳️
• A controvérsia entre os Batistas do Sul e os Metodistas ⛪
• O fundador dos mórmons, Joseph Smith 👑
• O declínio da religião cristã 📉
• A ascensão da nação pós-cristã 🌅
• Conclusão

🙏 Uma nação "religiosamente louca"

Quando pensamos em religião nos Estados Unidos, muitos de nós imaginamos uma diversidade de crenças abraçando tanto crentes quanto não crentes. No entanto, Harold Bloom, professor de humanidades na Universidade Yale, detecta uma "cultura religiosamente louca" com um conjunto único de crenças. Em uma entrevista sobre seu livro "A religião americana: o surgimento da nação pós-cristã", Bloom explora a emergência de uma fé nacional americana e o fenômeno único que ela representa.

🇺🇸 A religião americana

A religião americana é um fenômeno complexo composto por uma variedade de denominações e seitas. Embora o livro de Bloom aborde principalmente os Batistas do Sul e os Mórmons, ele ressalta que outras religiões, como o pentecostalismo, o adventismo e a ciência cristã, também são tratadas com considerável importância. Além disso, ele destaca as diversas variedades religiosas afro-americanas que são indígenas aos Estados Unidos.

Bloom argumenta que a religião americana é uma versão emergente de uma fé nacional, que se desenvolve desde o início do século XIX e alcançou uma culminação nas décadas recentes. Essa religião, única para os Estados Unidos, difere do protestantismo tradicional praticado na Europa. Mesmo os Batistas do Sul e outros grupos batistas afirmam ser Cristãos tradicionais, mas suas crenças são tão surpreendentemente americanas quanto os mórmons, que são reconhecidamente originais.

✝️ As crenças únicas de Harold Bloom

Uma das características marcantes da religião americana, de acordo com as descobertas de Bloom, é a crença de que 88 a 89% dos homens e mulheres dos Estados Unidos, independentemente de suas denominações religiosas, acreditam que Deus os ama pessoal e individualmente. Essa estatística surpreendente revela uma profunda espiritualidade e, talvez, o aspecto mais assustador dessa fé, que é a convicção de um relacionamento pessoal e íntimo com o divino, seja ele Jesus, Deus Pai ou até mesmo uma espécie de Deus-Mãe para alguns.

Além disso, a religião americana inclui uma porcentagem significativa da população que pratica religiões indígenas, que agora representam cerca de 30% da população total. Essas religiões têm uma afinidade notável com o apoio duradouro que George Bush recebe nas pesquisas, desde a década de 1980. Bloom enfatiza que apenas três páginas de seu livro tratam de questões políticas, mas acredita que essa ligação entre religião e política é muito profunda e marcante.

🌳 A religião indígena americana

A religião indígena americana é um elemento significativo da religião americana, abrangendo aproximadamente 30% da população total dos Estados Unidos. Essas religiões têm raízes profundas e são culturalmente próximas aos 30% de adeptos que mostram um apoio contínuo a George Bush nas pesquisas desde a década de 1970. Essas crenças representam uma forte conexão espiritual e um relacionamento íntimo com a divindade, seja ela representada por meio de Jesus, Deus Pai ou uma divindade adicional de gênero feminino.

🗳️ A conexão entre religião e política

Segundo Bloom, existe uma conexão profunda entre a religião americana e a política. Ele argumenta que a ligação entre o presidente George Bush e os grupos religiosos que constituem a religião americana é muito profunda. Bloom contrasta a falta de crenças sustentadas de Bush com a intensidade e vitalidade espiritual dos batistas do sul moderados, que têm inclinações místicas e representam uma fé americana viva e orgânica.

No entanto, Bloom também chama a atenção para as consequências políticas, socioeconômicas e econômicas das crenças da religião americana, que ele considera bastante preocupantes. Essas crenças podem ter implicações perigosas quando colocadas em prática na esfera política, acarretando resultados negativos.

⛪ A controvérsia entre os Batistas do Sul e os Metodistas

Uma das questões abordadas por Bloom em seu livro é a controversa disputa entre os Batistas do Sul e os Metodistas. O autor se refere ao surgimento dos fundamentalistas no domínio dos Batistas do Sul em 1979, quando eles assumiram completamente a denominação. Essas pessoas acreditam na interpretação literal da Bíblia, embora Bloom argumente que eles não a interpretam verdadeiramente. Ele alega que eles usam a Bíblia para encontrar confirmação de suas próprias visões sociais, econômicas e preconceitos pessoais, em vez de realmente se dedicarem à leitura da Bíblia.

Bloom destaca a ironia de que os grupos principais mencionados anteriormente tendem a ser mais liberais em termos sociais, econômicos e políticos. No entanto, ele acredita que a falta de vitalidade espiritual desses grupos é evidente. Os batistas do sul moderados, por outro lado, representam uma fé viva e intensa, mas perderam controle sobre sua denominação.

👑 O fundador dos mórmons, Joseph Smith

Bloom tem uma visão muito favorável de Joseph Smith, o fundador dos mórmons, e o considera um homem muito admirado. Ele acredita que Smith é amplamente mal compreendido e subvalorizado como uma importante figura religiosa. Smith defendia uma noção contínua de revelação, que ainda é honrada pela Igreja dos Santos dos Últimos Dias apenas em palavras. No entanto, a própria Igreja se tornou uma das mais secretas e bem-sucedidas em termos de acumulação de riqueza.

📉 O declínio da religião cristã

Segundo Bloom, a nação americana está experimentando o surgimento de uma nova era pós-cristã. Ele acredita que essas denominações e seitas que compõem a religião americana estão crescendo rapidamente e convertendo pessoas em milhões não apenas nos Estados Unidos, mas também ao redor do mundo. Evidências mostram que os pentecostais, batistas do sul e adventistas estão convertendo pessoas em outros países, particularmente em regiões conhecidas como "terceiro mundo".

🌅 A ascensão da nação pós-cristã

Bloom prevê que esses grupos continuarão se multiplicando nos EUA e desempenharão um papel cada vez mais significativo na religiosidade do país. Ele menciona o fato de que, à medida que as ondas de imigrantes hispânicos chegam às costas americanas, a maioria deles está se convertendo em pentecostais. Isso tem sido particularmente verdadeiro entre os hispânicos que deixam a Igreja Católica para se tornarem pentecostais. A vitalidade espiritual e a conexão direta com o Espírito Santo são características que atraem uma parcela significativa da população.

Bloom sugere que essa tendência só crescerá, pois a religião americana é percebida como mais vital e real. Ele acredita que essa abordagem espiritual é o futuro religioso dos Estados Unidos, apesar de seu impacto político e social.

Conclusão

"A religião americana: o surgimento da nação pós-cristã" de Harold Bloom fornece uma perspectiva interessante sobre a religião nos Estados Unidos. O livro explora a complexidade das crenças religiosas americanas, destacando tanto suas características positivas quanto as preocupantes. Bloom discute a ligação entre religião e política, bem como o declínio da religião cristã tradicional e o surgimento de uma nova era pós-cristã. Sua análise da religião indígena americana e sua visão favorável sobre Joseph Smith, o fundador dos mórmons, também são aspectos intrigantes de sua obra.