A Teoria do Comando Divino: Filosofia explicada #33

Tabela de Conteúdos:

1. Introdução
2. O que é a Teoria do Comando Divino?
3. A Origem da Moralidade
4. O Dilema de Eutífron
5. Os Problemas da Teoria do Comando Divino
6. Como Sabemos o que Deus Comanda?
7. A Relevância dos Mandamentos
8. Uma Alternativa à Teoria do Comando Divino
9. Conclusão
10. Recursos

🔆 Destaques:

• A Teoria do Comando Divino como a fonte da moralidade
• O dilema apresentado por Eutífron
• Os problemas da Teoria do Comando Divino
• A questão da relevância dos mandamentos

Introdução

A Teoria do Comando Divino é uma das teorias éticas mais antigas e amplamente aceitas no mundo. Segundo essa teoria, a moralidade é determinada pelos comandos divinos, seja do Deus judeu-cristão ou de outras divindades. Muitas pessoas acreditam que a moralidade só pode ter origem em Deus para ser verdadeiramente vinculativa. No entanto, essa teoria também levanta várias questões e dilemas éticos que precisam ser explorados.

O que é a Teoria do Comando Divino?

A Teoria do Comando Divino baseia-se na crença de que o que é moral ou imoral é comandado pela divindade. Se você acredita que Deus é o criador de tudo, é razoável acreditar que Ele também criaria um manual divino de moralidade. Essa teoria oferece simplicidade e soluciona o problema de fundamentação ética, pois estabelece Deus como a base. No entanto, essa teoria levanta questões sobre a interpretação seletiva dos mandamentos divinos e sobre a validade dos comandos em relação à cultura moderna.

A Origem da Moralidade

A Teoria do Comando Divino aborda as questões fundamentais sobre o certo e o errado. No entanto, ela também apresenta um verdadeiro dilema. Uma das críticas mais contundentes veio de Platão, através do diálogo de Eutífron. Nesse diálogo, Sócrates questiona se as ações são corretas porque Deus as comanda ou se Deus as comanda porque são corretas. Essas duas perspectivas levam a implicações diferentes e complexas sobre a origem da moralidade.

O Dilema de Eutífron

O Dilema de Eutífron apresenta uma escolha entre duas opções igualmente desagradáveis. Se aceitarmos a primeira opção, de que as ações são corretas porque Deus as comanda, então estamos admitindo que a bondade é arbitrária e dependente apenas da vontade divina. Por outro lado, se aceitarmos a segunda opção, de que Deus comanda as ações porque são corretas, então estamos limitando o poder de Deus e admitindo que existe um padrão externo de bondade que Ele deve seguir.

Os Problemas da Teoria do Comando Divino

Além do dilema de Eutífron, a Teoria do Comando Divino apresenta outras questões. Uma delas é a dificuldade de determinar quais comandos divinos são vinculativos e quais foram revogados ou não são mais aplicáveis. Isso nos leva a questionar como sabemos o que Deus comanda e se temos o poder de interpretar e selecionar os mandamentos divinos. Outro problema é que, se existir um padrão externo de bondade, por que não podemos acessá-lo diretamente, em vez de depender da interpretação humana dos textos religiosos?

【FAQs】

Q: A Teoria do Comando Divino está presente em todas as religiões? A: A Teoria do Comando Divino pode ser encontrada em várias religiões, não apenas no judaísmo e cristianismo. A ideia de que a moralidade é determinada pelos comandos divinos é comum em muitas crenças religiosas ao redor do mundo.

Q: Como os teóricos éticos lidam com o Dilema de Eutífron? A: O Dilema de Eutífron tem sido objeto de debate entre os teóricos éticos ao longo da história. Alguns rejeitam completamente a Teoria do Comando Divino devido a esse dilema, enquanto outros tentam encontrar soluções ou alternativas que evitem suas consequências problemáticas.