JOMO no FOMO: Mantendo a Curiosidade em um Mar de Informação | Barbara Krieger | TEDxBasel
Tabela de Conteúdos:
- Introdução
- O fenômeno da hiperconectividade
- A curiosidade como impulsionadora do conhecimento
- Os riscos da dependência dos smartphones
- A relevância da filtragem de informações
- A vida curta das notícias na era digital
- O valor econômico dos dados dos usuários
- A ressonância e o impacto duradouro da informação séria e inesperada
- A coexistência entre conhecimento e informação
- O prazer de ignorar o excesso de informações
- Conclusão
📱 A Dependência dos Smartphones: Curiosidade, Relevância e Conhecimento
Nosso mundo está cada vez mais hiperconectado, e essa conectividade constante se tornou uma verdadeira febre. Carregamos nossos tesouros tecnológicos por todos os lados, sempre disponíveis e prontos para nos tentar. Esses dispositivos se tornaram a chave mestra para descobrir fatos e também para bisbilhotar a vida alheia, seja em relação ao sexo, crime ou qualquer outro assunto curioso. É da natureza humana ter curiosidade, esse é um dos nossos motores principais, o desejo de saciar nossa curiosidade está relacionado aos riscos e oportunidades que nos cercam. A curiosidade move emoções e está por trás das grandes questões da humanidade. Temos perguntas sobre tudo - coisas que gostaríamos de saber, coisas que precisamos saber e coisas que aprendemos apenas por acaso, sem buscar pela informação. É através da curiosidade que grandes invenções e descobertas aconteceram. Não enviamos apenas robôs para Marte, enviamos algo muito mais valioso e essencial: nossa própria curiosidade.
"A curiosidade é o que nos torna humanos." - Neil deGrasse Tyson
No entanto, no mundo atual, a curiosidade é facilmente disparada. Tornamo-nos escravos das nossas telas e passamos a enxergar e perceber o mundo apenas por meio desse pequeno display. Mas o que realmente importa? Nem toda informação se torna conhecimento, nosso tempo é limitado, temos apenas 24 horas por dia e isso nunca mudará. Nossa atenção também é limitada, lembramos de muito menos do que pensamos. Ao mesmo tempo, o mar de informações está crescendo exponencialmente e de forma acelerada. Existe o risco de nos afogarmos nessa enxurrada de dados. Então, por que fazemos isso? Uma das razões é o FOMO, o medo de perder algo. O FOMO é o idioma dos nativos digitais, embora eu seja um imigrante digital, também fui contaminado pelo vírus. Mas o FOMO não é algo tão novo assim, sempre gostamos de compartilhar, queremos fazer parte das conversas diárias e ser parte de uma comunidade. No entanto, nunca antes tivemos a oportunidade de saber tanto um sobre o outro instantaneamente. Nos tornamos nossos próprios editores e produtores de mídia. As consequências dessa dependência móvel ainda não podem ser totalmente previstas, a revolução digital ainda é muito jovem. Mas a neurociência nos diz que o smartphone afeta nosso sistema nervoso e de recompensa. A liberação de dopamina e outros hormônios da felicidade nos faz sentir bem, nem que seja apenas por um breve momento ao desbloquearmos o smartphone. A cada momento, cortamos nosso tempo em fatias, consumindo informações em pequenos pedaços. Isso afeta nossas habilidades de concentração e altera a maneira como nos comunicamos, interrompendo facilmente as conversas presenciais e modificando nossa linguagem corporal.
Não se trata de ser bom ou ruim, mas sim de estarmos cientes dos gatilhos e padrões midiáticos e de como eles influenciam fortemente nossa vida. Como produtor de documentários e programas de televisão, com mais de 20 anos de experiência na televisão suíça, tenho um conhecimento profundo dos meios de comunicação e gostaria de compartilhar o que aprendi. É uma reflexão vital sobre o equilíbrio entre curiosidade, relevância e conhecimento.
Então, o que é relevante? A relevância não é absoluta e também não é sinônimo de interesse. Significa verificar, filtrar e avaliar informações e utilizá-las em contexto, levando em consideração o período de tempo e a proximidade com o público, bem como a competição com outras notícias e informações. Da enxurrada inicial de informações nas redes sociais, surgem as notícias quebradas em poucas palavras, imagens ou vídeos curtos. Minutos depois, as agências de notícias e os portais online começam a publicar suas histórias, revelando mais contexto. É a informação básica, e as fontes costumam ser as mesmas. A vida de uma notícia é curta, algumas horas e já é passado. No entanto, cada história tem uma continuação e ela é rapidamente re-lançada. A história da história mantém a multidão online, pois a curiosidade é sinônimo de dinheiro. O valor econômico dos dados dos usuários e do tráfego é essencial para os editores e para as redes sociais. Quanto mais séria e inesperada for a informação, mais tempo durará sua ressonância e maior será seu impacto. Esse impacto pode durar semanas, meses ou até anos. Durante esse período, nossa mente se abre e sementes são plantadas. Passamos a ativar conhecimentos prévios e chega o momento crucial em que o conhecimento encontra a informação, e esta se transforma em conhecimento.
E o que isso significa para nós? Significa que podemos relaxar, não há necessidade de correr atrás de informações instantâneas a todo momento. Podemos desfrutar do prazer de não saber de tudo, porque as coisas realmente importantes acabamos descobrindo mais cedo ou mais tarde, mesmo que fiquemos algumas horas ou dias offline. Desligue-se por um tempo, aproveite o prazer de não fazer nada ou desfrute da curiosidade que acaba sendo desperdiçada. O smartphone está além disso.
Destaques:
- A hiperconectividade como uma nova realidade
- A curiosidade como um motivador essencial do conhecimento
- Os riscos da dependência excessiva dos smartphones
- A importância da filtragem de informações
- A vida breve das notícias na era digital
- O valor econômico dos dados dos usuários
- O impacto duradouro da informação séria e inesperada
- O equilíbrio entre informação e conhecimento
- O prazer de ignorar o excesso de informações
- Encontrando um equilíbrio saudável no mundo digital
Perguntas frequentes (FAQ):
Q: Qual é o principal risco da dependência dos smartphones?
R: O principal risco da dependência dos smartphones é a limitação da nossa atenção e capacidade de concentração, além da alteração na forma como nos comunicamos e nos relacionamos pessoalmente.
Q: Como podemos filtrar informações relevantes em meio a um mar de dados?
R: É importante desenvolver habilidades de filtragem e avaliação de informações, considerando o contexto, a fonte e a relevância para o nosso interesse e necessidades pessoais.
Q: O que significa JOMO - Joy of Missing Out?
R: JOMO é o prazer de não ficar constantemente conectado e atualizado, de aproveitar o momento presente sem se preocupar em perder alguma informação ou acontecimento.
Q: Como posso encontrar um equilíbrio saudável no mundo digital?
R: É importante estabelecer limites para o uso do smartphone e das redes sociais, reservando momentos de desconexão, dando prioridade às interações presenciais e estabelecendo uma rotina equilibrada que inclua atividades offline e momentos de recarregar as energias.
Q: Como a informação se transforma em conhecimento?
R: A informação se transforma em conhecimento quando é contextualizada e relacionada a conhecimentos prévios. É quando somos capazes de analisar, refletir e aplicar a informação em um contexto específico que ela se torna conhecimento.
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